domingo, 15 de março de 2009

vencer

será que poderia despojar meus sentimentos
sem prévias censuras de minha existência
sem calar minha mente
que urge por falar o que pensa
mas nunca a quem deve?
uma atmosféra de paz reina no castelo
um sentimento de calar-se ecoa nas paredes
e o sono não vem
as pálpebras que ja não aguentam a cortina da noite
não suportariam jamais neste momento
a luz
com um andar sereno
apalpando as paredes no escuro
sem demonstrar a mínima intenção em trazer claridade ao caminho
confundo-me em meu desejo e martírio
a epopéia da existência desafiadora do juízo
incomoda mais a mim que a qualquer outro e mesmo assim
sei que é desta jornada que há de se erguer a verdade
se alguma
nisto tudo contido
nunca houve de fato nada perdido ou desperdiçado
foram aqueles momentos mais tristes que trouxeram o silêncio fúnebre
místico e escaramuçado de pensamentos proíbidos
gritos calados
urros
... silêncio
e da penumbra à aurora à cegueira
dos sonhos mais escondidos
ao sentimento mais honesto do mundo
até a incerteza de tudo
de que seria útil toda esta energia
senão para trazer a tona não o mais belo
mas o mais sincero ser
que possa ser

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