sexta-feira, 21 de novembro de 2014

derretendo no calor do inferno
no meio da rua
é bom perder o tempo
enquanto ainda sei meu endereço
vou até o dez e recomeço
agora não existe outra chance
existe outrora doravante
e com tudo certo parece que é a hora
é meia volta e recomeçar a conta
eu ví que adiante é outra história
o que foi à toa passou de boa
o tempo vago criou esporas
a esponja absorveu o gelo
as sombras são árvores fortes
resistentes a evolução do homen
poucas bravas rompem as calçadas
deixadas pra servir de exemplo
da falta de cobiça
na qualidade de nossas vidas
somos todos reféns dos novos tempos
eletro seres adversos
sem tomadas e recargas de baterias
pouco te salva
a resolução dessa vida é quadrada
só quem tem tela vê tua cara
e eu preciso sair
pra dar outra volta

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

cargueiro cinza


com uma colisão
sente ausente a solidão
castigo duplo
um terço minha armação
sou caranguejo na contramão
canto alto na calçada
faltam notas no salão
cartas soltas por sultão
entre a porta botas sujas
e pegadas no chão
o gato esta miando na sala
para o cachorro uivando no portão
vai que é hora difusão
andando de lado
no sentido contrário
ainda assim
aos colapsos passo

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

um ar de desgosto, um grito gasoso




















um passageiro sem rumo
um banco vazio
um passo calculado
um risco superficial
um objeto irracional
uma ferramenta
um vácuo
um meio sem fim
uma trégua sem volta
um jogo de comadres
um torneio amistoso
uma calota
um bobo
um peso morto
um meio fio atolado
uma lama no sapato
um grude desgrudado
uma falta de espaço
um caso de lapso
uma caixa velha de sapatos
um ar de desgosto
um grito gasoso