quinta-feira, 30 de agosto de 2012

papel e caneta e agora

como estava bela hoje
linda na passarela brilhante
um ar de atrasada
o sorriso distante não disfarça
nada disso é pro meu bico 
abandona rabiscos de palavras
atravessa a cozinha 
a chave na mesinha da sala
acompanho aos olhos de quem olha
silencio para o ranger da porta
papel e caneta e agora


abstraído demais

não desobedeço mais o pretexto
tenho o que correr atrás
desperdício gasto sem proveito
não faz pouco mais

conto comigo irrompendo calado
ao meu lado sem sentido jaz
com espaço propenso estimulo
o gosto que tanto satifaz 

passeio em torno a rotina remido
trocentas vezes ao dia
disfarço que resistam calosidades
abstraído
demais


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

e se apareço


vou até ali buscar um instrumento
vou ver com seus próprios olhos meus argumentos
trema pra ver se estou crescendo
tenho que surtir em algum efeito

vou vê se cresço
não tem mais jeito
até lá sou todo suspeito

vim em suma assinar a súmula
testemunha ocular de minha cara dura
equações falam por mim mesmo
vou ver se resumo algum despeito

vou vê se apareço
não tem mais jeito
até lá sou todo suspeito

que parte em parte não há dúvida
parte tudo para um novo dia
e parte disso agora é sobre a hora
de partir em busca da harmonia

terça-feira, 14 de agosto de 2012

por entre meus polos

por um fato muito tenso
por um outro muito mágico
sinto que estou reagindo
que estou ressurgindo
por entre meus polos
há muito não tenho planos
isso já não desengano
não dimensiono
meu palco infringe seu espaço
acima de tudo carrego
caracteres enfáticos 
em fontes garrafais
soletram mas não escrevem
e isto tudo me atinge
menos hoje do que ontem
ainda assim muito ácido
ainda assim quero mais