terça-feira, 30 de setembro de 2014

percebo

eu espero
e percebo
meu espelho não tem meias sentenças
vivo encapsulado
aqui dentro tenho minhas tristezas
afora é outra história
oque espero não é à toa
um ser sempre garoa
um ser com súplicas
um ser com réplicas
eu nunca poderia ser outra pessoa

domingo, 28 de setembro de 2014

pareceria razão

e estagnado parei
olhando à volta
ouço minha respiração
estou cansado
cabelos avoados
nada me é familiar
nem nas cores
nem nos cheiros
mesmo sabendo o caminho
não estou reconhendo o motivo
tantos passos não pareceram em falso
que sinto-me alvo
atordoado por uma figa
refém em meus instintos

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

volver, meia volta

tenho portas no silêncio
as fecho quando sem respostas
se sim ou não
não importa
entendo e retruco e vou à forra
mas a falta de convicção  é que incomoda
sou farto de quase tudo
posso esculpir com pé de cabra
gosto de pairar ante o sol
mas quando muito na degola
é quando eu paro
eu olho e já esboço um carma
a tentação não para
quem para sou eu
face à caminhos sem volta

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

pastava

quero um encontro de pensamentos
não das palavras
essas tais são devaneios
são soltas ao vento
vem e voltam nas correntes
as ouço mas não me dependem
sem as forças dos gestos
não me dizem o real intuito
não me diz muito
e é cansaço que sinto
ao dar ouvidos aos argumentos
fico cansado de mim mesmo
por ainda ouvir coisas que não calam
o descaso
não dá sentidos aos traços
e falo para causar impactos
tenho o retrato
em palavras
e o pensamento
arrumando minhas amarras

terça-feira, 16 de setembro de 2014

surtindo

mesmo agora surtindo
não quero engolir ninguém
muito menos ser engolido
gostaria apenas digo
o que não falo
respiro
mas não ficarei escondido
abaixo deste ato está o sentido
a lápide eu não visito
não importa como faça
por desgraça fica inciso
ao pensar na farsa
ouço as palavras do seu umbigo
e à tais ergo a taça
mesmo agora sem planos
não estou comprimido

domingo, 14 de setembro de 2014

em estado de papel

estou meio tonto
deve ser do calor da falta de meu sono
eu pressuponho
que esteja tão cansado quanto sonho

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

sem cinto

vivendo no risco dito popular
caí pra dentro mas dei cos burro nágua
agora não é hora de se lamentar
parti conscientemente sentindo muito
mas com meus sentimentos despedaçados
agora nem sei mais o que é melhor