quarta-feira, 29 de abril de 2009

o circo (parte 1)

Sem exata noção de nada
Parece terremoto abalando tudo
Não existe rachadura tão profunda assim sem uma falha
Teme se isolar em escombros
A saída agora é a fuga
Pode sentir um certo alívio por ter escapado
Sem olhar para trás
Sem saber ao certo oque largou as pressas
Endurece seu coração para não haver culpa
Não existe um motivo
Deixou milhares de desculpas
E assim nunca saberá
Se não era parta lutar um pouco mais e realizar suas palavras
Se encontra então em novo refúgio no abrigo dos seus iguais
Ja sabe que as terras abandonadas ao sul continuam intactas
Que na verdade se deixou levar pelas aparências
Sem nunca ter sequer conhecido
A personalidade do circo
Que por tanto tempo frequentou

segunda-feira, 27 de abril de 2009

O caminho da volta

O pensamento pode sempre ir mais longe
Minhas pegadas já estão se apagando
Aqui trancado com meus pensamentos
No momento não me arrisco ir até lá fora
Onde sopram fortes ventos
Sinto certo receio de não encontrar meu caminho de volta

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Seu Pomar

É doce o sabor do meu amor
Este fruto brota na beira da paz
Entrelaçado nos galhos
Conto as sementes para plantar
Não existem farturas nestas horas
É preciso preparar o solo
É preciso que também haja sol
O brilho da vida se reflete na luz
O som do moínho d'água
Transporta vida pra todo o lugar
Quero te dar minhas flores
Colorir seu caminho
Fazer da vida
O seu pomar

segunda-feira, 13 de abril de 2009

nada é a toa

Ser feliz sem motivos
Acordar sorrindo
E a notícia se espalha
Veículos estão a solta
Noticiando em plena avenida
- alô alô ouvinte, estou a sua procura!
Um sorriso
Um sentimento
Para Alegria

domingo, 12 de abril de 2009

pedradas

Pedradas de todos os lados
Sinto o ar se movendo
Cortando a corrente do vento
E uma a uma
Pedradas de todos os lados
A minha cara já criou calos
De tantas que não erraram o alvo
É bom saber
Tem gente que ainda perde tempo
Que não diz muito a respeito
Lapidam suas pedras em silêncio
E essas pedras
Tem as digitais de seus dedos
Dispensam recados
A pedrada fala por seu peso
O remetente não é o importante
Por isso sigo o meu caminho
Sem nunca perder tempo
Sem pedir arrego
Nem nunca ter me escondido
Pois não é este
O meu último suspiro

quinta-feira, 9 de abril de 2009

estado de cadeado

Tento me desencapsular deste remédio amargo
Mas não suporto a devoção que me sujeito
Capaz de cair na própria armadilha
Em estado de cadeado enferrujado
Penduro meu chaveiro no bolso e desencano
Todos temos muito que fazer ainda
Nada pode ser tão superficial assim
Esta fragilidade das almas não é tormento
O atrelamento precisa ter muita fundação
Assim que a poeira baixar
Me movo pro segundo andar

quarta-feira, 8 de abril de 2009

nada pra fazer

Para minha surpresa
Acordei bem mais cedo hoje
Fui correndo fazer meu café para ver o sol nascer
Nenhum compromisso
Não tenho nada nem ninguém me esperando
Uma manhã perfeita desde o início
Nestas horas posso realmente ser feliz
Nesta paisagem
Com a trilha sonora dos passarinhos
O ar gelado refresca o peito
Tudo em seu lugar
Em um perfeito momento

segunda-feira, 6 de abril de 2009

passa tempo

Passa tempo
Passa
Não quero mais perder tempo
Passa tempo
Passa
Não quero mais entender nada
Tive minha chance e desperdicei
Corri bastante mas não adiantou
Perdi minha carteira no caminho
Gastei a sola de meu sapato
E agora tenho tanto que refazer
Que perdi também o ânimo
Passa tempo
Passa
Só assim quem sabe um dia possa
Não precisar provar mais nada

redundante

eu só tenho medo do escuro
quando não enxergo nada
como agora
não consigo saber
se existe futuro
em tentar te ver

sexta-feira, 3 de abril de 2009

paz

Posso ficar ao seu lado até a hora de ir embora
Quando fecho meus olhos são os seus que vejo
Poderia deixar de ser bobo depois de um tempo
Mas só até te ver denovo
Sinto meu coração disparado
Enquanto encontro aqui nestes teclados
Uma brecha para aliviar meus pensamentos

quarta-feira, 1 de abril de 2009

um amor isolante (2)

Tu me deixou aqui
Mas claro
Eu sou um bandido
Tentei roubar seu coração
Tentei matar seus desejos
Tentei capturar seus mais lindos momentos
Tudo pra mim

Verdes Frutos

O amor é muito brega, cafona e vulgar
E eu amo amar
O amor é traiçoeiro
Sempre me deixei levar
Aparentemente mágico
Pode ser tudo quando maduro
Mas cuidado
Amar sem ser amado
É trágico
Transforma
Machuca
Não se explica
Pura nostalgia e só
Uma sensação arrepiante
Um amor isolante
Apenas derruba da árvore
verdes frutos