terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

na mesma do bar

o calor consome meu gole
ouvindo aparências
cada um da mesa
tem seu trocado de fé
palavras empapadas na cerveja
uma disputa em centímetros de segundos
estes nós acabam em parafusos
e apesar de tudo ainda confuso
chamo o táxi no limite
preciso formatar meu endereço
suponho que seja tarde
acordo cedo
não tenho muito tempo
chegar em casa já é um recomeço

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

volta e meia

entendo meu coração disparado
meus dedos meio trêmulos no teclado
uma enorme relutância
muito distante
neste platônico ritmo inconstante
meus pensamentos
volta e meia fogem
e voltam pra ti

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

a errata

não é o certo
nem o errado
é reflexo
perplexo ao meu impasse
improviso importuna tentativa de desfecho
abro os olhos
percebo
estou no meio do nada
dono de uma liberdade
nunca almejada

despercebido

passei despercebido por mim mesmo em um pedaço de papel
não saberia como desatar tantos nós
coisas que só o tempo é capaz
lastros que abandonei na beira do caos