sexta-feira, 21 de setembro de 2012

cale

solto
o verbo passado
quando contrariou
como um pedaço de estilhaço
voando baixo
encriptou
a ressalva resolve
espero que me cale
em apenas um gole
o resto nem me fale

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

na contradição

vou calçar sandálias da imunidade
debater as asas da liberdade
enguer fronteiras em meu jargão
vou alimentar boatos
soltar o verbo adendo fatos
remar em favor da contramão

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

quando a pilha esvazia

chegou na madrugada
começou a falhar a luz da lanterna
enquanto ainda estiver acesa
tanto faz saber quanto resta
passado o ponto de retorno
contorno antes da luz do dia
a cabeça cheia parece vazia
medíocre hipocresia


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

desapontando lápis

vou desapontar meu lápis
com rimas dignas de um cárcere
trancafiado em uma lápide
onde mal se cabe
vou arranhar minha biografia
arrancar as páginas da pornografia
riscar o xis do mapa
furar o ar no horizonte
onde mal enxergo mesmo à noite
haja meu palpite negado
enquanto houver grafite
eu não vivo de presságio
gasto pelo tempo grato
neste espaço estou marcado
mas ainda quero dar um traço